segunda-feira, 4 de julho de 2011

DILMA E A POLÍTICA

Tá ficando muito evidente que a Dilma vive dilemas profundos em sua gestão política. De um lado parece que o Lula está próximo demais, ela não pode sustar o jogo com ele, mas também não consegue dizer claro ao congresso como que vai tocar o seu governo. Em política os dilemas são no fundo fraqueza, são muito bem explorados pelos adversários.
O PT não é um partido fácil de ser conduzido. Lula jogou pesado contra algumas lideranças internas quando teve que optar entre seguir a linha monetária e fiscal de FHC ou dá um cavalo de pau na economia. Optou pelo pragmatismo e teve que segurar o PT no braço , mas o fez com competencia digna de registro histórico.
Dilma agora não vive o dilema de seguir a linha de seu antecessor, mas o dilema de ter que decidir contra o seu antecessor. Mas, para fazê-lo não bastará a fala e a força diretas. Há muito mais em jogo. Ela terá que mexer no ordenamento político, não necessariamente o jurídico, dos partidos. E para isso terá que iniciar a caminhada conversando com os ex-presidentes.
Kassab moveu peças no jogo provavelmente(pura especulação minha, SBF) orientado por FHC.. A carta que Dilma mandou para FHC foi do tipo que em política se traduz como: então, tá na hora de conversar, não? No velório do Itamar, Aécio Neves olhava para Dilma e FHC como quem diz: Tá mesmo na hora do diálogo. Se as grandes lideranças ficarem na briga fratricida de outrora, tanto da era de FHC quanto da era Lula, o Brasil não sai do lugar, e os recursos públicos vão ficar no congresso como divisão grotesca de verbas, e não como meio de propulsão para um novo mundo no país. O Brasil precisa ser pensado e elaborado. Não dá para usar de forma perdulária os recurso vindos do pré-sal e depois simplesmente não ter nada para oferecer às gerações futuras.
O Brasil cresce, mas não se desenvolve. Para isso tá na hora de propor reformas estruturantes que vão desde a questão político-eleitoral até o sistema tributário e fiscal. Com a armadura institucional da política brasileira atual não se vai conseguir ir muito longe. As mudanças que o país precisa sofrer são de qualidade e não de quantidade. Não basta aumentar a produção de soja, tem que haver investimento em ciência e tecnologia, infraestrutura e logística. Com o dinheiro vindo de tecnologias velhas e sujas como são as do petróleo, da metal-mecanica, as pedras de granitos e mármore..., enfim tudo isso não é suficiente e na verdade irá deixar déficits profundos nos recursos naturais disponíveis.
A educação tem que sofrer investimentos para que se possa preparar o país para o futuro, o futuro movido por energias limpas. O país precisa instaurar o debate sobre qual o desenvolvimento que queremos. Agora uma outra CPI e novas ondas de denúncias de corrupção...

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