segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Informação Nas Novas Mídias

O mundo vive uma revolução na produção e circulação de informação e conhecimento. É verdade que temos que fazer uma leve separação entre as informações que temos hoje armazenadas nos arquivos e bibliotecas no mundo concreto, da cognição que a opinião pública produz instantaneamente. Essas duas coisas estão vinculadas.
No primeiro caso, estamos diante da questão de saber se o impresso será substituído pelo digital/virtual. O segundo ponto refere-se a instantaneidade da produção e circulação de informação. Não apenas o caráter instantaneo, mas a possibilidade do acesso irrestrito do público geral para produzir informação. Muda hoje a forma como a informação está sendo produzida pelo fato de que mais pessoas tem acesso e ao mesmo tempo produz informação.
Todo o conhecimento e toda a informação que existe hoje em forma material, no impresso, não migrará para o digital, apenas uma boa parte está sendo negociada para liberarem o seu passaport para o mundo virtual. Então, isso significa que apenas no plano da rede virtual não podemos acessar tudo o que o ser humano acumulou até hoje de saber e conhecimento. Isso refere-se ao passado, ao que foi acumulado.
Entretanto, há uma revolução ocorrendo do presente para o futuro que é o fato de que toda a produção relevante de informação sobre a vida e o mundo está sendo feita nas redes, no plano virtual. Tudo o que nós passaremos a saber e conhecer sobre as coisas estará na internet, será produzido em redes virtuais de comunicação. Da arte à ciência, da religião à literatura, dos jornais diários às mídias eletronicas. Não há dúvidas de que as bem sucedidas estratégias de conectividade na web migram para todas as atividades da vida. As TVs estão conectadas e estar conectado torna-se um imperativo de vida. Migrando a informação para a conectividade migra também o poder que passa a ser exercido em função do contrapeso da democratização da produção de informação.
Logo, são duas direções num mesmo veiculo transformador na internet. A primeira direção é a da técnica da informatização do conhecimento. Isto é, o conhecimento rodando sobre o HD. O segundo elemento diz respeito à criação de redes comunicativas. Isto é, o softwer divorciando do HD local para circular como base de redes sociais, corporativas e governamentais. Há várias questões suscitadas por essas transformações. Desde o debate sobre a propriedade intelectual até os efeitos de segurança da informação criculando sobre os estados nacionais e as instituições internacionais.
Mas, o que tem chamado muito a atenção ultimamente é o debate sobre qual o destino da mídia corporativa diante da explosão das mídias sociais de informação e conhecimento. O potêncial das mídias sociais na internet, em termos de produção de informação, é imenso. Hoje elas já conseguem pautar os jornais impressos. A televisão, cujo domínio é o da lógica corporativa de mercado, resiste o quanto pode, mas já dá sinal de que ou negocia com as mídias sociais ou poderá ser atropelada. Pois se as exibições de vídeos na WEB seguirem este ritmo em pouco tempo a produção de imagens será tão facilitada quanto a produção de textos escritos. Inserções locais de reportagens sobre os bairros, eventos musicais, debates politicos e culturais, cobertura especializada de manifestações diversas da população, e.t.c., terão a sua edição disponibilizada para qualquer um que queira produzir informação. A própria população então como opinião pública tem a possibilidade de acessar e dispor seus próprios saberes e interpretações sociais de mundo num contexto intersubjetivo tonificado. E as mídias corporativas terão que se adequar. É um longo processo mas que tem sinais evidentes de ampliação do acesso à informação e democratização na produção do saber sobre o mundo social. Conflitos e disputas estão também na origem e formação de todo esse processo.
Sergio Fonseca

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